Objeto a-nimista

O louva-a-deus como paradigma perspectivista do sujeito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14244/contemp.v14.1344

Resumo

Com base em um estudo histórico sobre o conceito de animismo, este trabalho propõe sua revisão e atualização na psicanálise contemporânea. Para tal, o conceito lacaniano de objeto a é explorado à luz do animismo e do perspectivismo ameríndio, elaborado aqui como um bom articulador entre psicanálise, pensamentos indígenas e antropologia. A fábula do louva-a-deus, explorada no ensino de Lacan, sugere que, mesmo em um mundo moderno desencantado, a dinâmica, nesse inconstante objeto a, entre identificação e angústia mantém uma indeterminação estranha [unheimlich] ao racionalismo moderno que demanda outras ontologias para sua melhor compreensão.

Biografia do Autor

Christian Ingo Lenz Dunker, Professor Titular do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP

Psicanalista, Professor Titular do Instituto de Psicologia da USP (2014) junto ao Departamento de Psicologia Clínica. Obteve o título de Livre Docente em Psicologia Clínica (2006) após realizar seu Pós-Doutorado na Manchester Metropolitan University (2003). Possui graduação em Psicologia (1989), mestrado em Psicologia Experimental (1991) e doutorado em Psicologia Experimental (1996) pela Universidade de São Paulo. Atualmente é Analista Membro de Escola (A.M.E.) do Fórum do Campo Lacaniano. Tem experiência na área clínica com ênfase em Psicanálise (Freud e Lacan), atuando principalmente nos seguintes temas: estrutura e epistemologia da prática clínica, teoria da constituição do sujeito, metapsicologia, filosofia da psicanálise e ciências da linguagem. Coordena, ao lado de Vladimir Safatle e Nelson da Silva Jr,. o Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da USP cujo produto de pesquisa foi publicado em "Patologias do Social" (Autêntica, 2017) e "Neoliberalismo como Gestão de Sofrimento (Autêntico, 2020). Recebeu dois prêmios Jabuti em Psicologia e Psicanálise, por "Estrutura e Constituição da Clinica Psicanalítica" (Annablume, 2011) e "Mal-Estar, Sofrimento e Sintoma" (Boitempo, 2015). Publicou ainda"O Cálculo Neurótico do Gozo" (Escuta, 2002),"A Psicose na Criança" (Zagodoni, 2014), "Por quê Lacan? (Zagodoni, 2016), "Reinvenção da Intimidade" (Ubu, 2017), "O Palhaço e o Psicanalista" (Planeta, 2018), "Uma Biografia da Depressão" (Paidós, 2021), "Lacan e a Democracia" (Boitempo, 2022), "Lutos Finitos e Infinitos" (Paidós, 20023). Atua em divulgação científica pelo Canal Youtube - Falando Nisso (4 milhões de visualizações/ano). 

Pedro Magalhães Lopes, Universidade de São Paulo, Instituto de Psicologia - mestrado

Psicólogo formado pela FFCLRP-USP (2011) e especialista em Psicologia Clínica pela PUC-Rio (2014). Com experiência clínica desde 2010, começo meu percurso de formação contínua na psicanálise em 2013 como membro participante das Formações Clínicas do Fórum do Campo Lacaniano do Rio de Janeiro (FCL/RJ) até 2016, quando retorno a São Carlos - SP. Dei seguimento aos estudos junto ao Centro Lacaniano de Investigação da Ansiedade (CLIN-a) de Ribeirão Preto - SP de 2016 a 2020. Integrei o Coletivo Psicanálise de Rua de São Carlos - SP, desde sua fundação em 2019, até 2021. Possuo também formação em Cinema e experiências audiovisuais tanto em oficinas de vídeos em aldeias Guarani quanto em produções independentes. Mantenho interesses interdisciplinares com outros saberes como antropologia, sociologia, biologia, literatura. Revisor e parecerista em Psicologia/Psicanálise e mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP sob orientação do Prof. Dr. Christian Dunker.

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Publicado

2024-12-31

Edição

Seção

Dossiê 3: Pensamentos Indígenas, Psicanálise e Crítica da Modernidade (Orgs. Ana Carolina Soliva Soria, Janaína Namba e Samira Feldman Marzochi)