As novas realidades do trabalho / The new realities of work

Autores/as

  • Huw Beynon Instituto Gales de Pesquisa Econômica e Social, Dados e Métodos (WISERD), Universidade de Cardiff.

Resumen

A ideia de que os trabalhadores necessitam de mais controle sobre o trabalho, e de que os espaços de trabalho deveriam ser mais democráticos foi uma temática que se inseriu dentro dos movimentos  trabalhistas nos Estados Unidos e na Europa durante o século XX (Coates & Topham, 1968). Nos anos de 1980, essas ideias tomaram um lugar
central dentro da sociologia do trabalho. Embora partindo de uma perspectiva diferente, Piore e Sabel, em The Second Industrial Divide, apontaram para o desenvolvimento de crises no então estabelecido sistema de empregos e o potencial para mudanças positivas
no mundo do trabalho possibilitadas pelas novas tecnologias. Com base nas experiências presentes na indústria de vestuário na Itália, eles anteciparam o renascimento de um novo sistema de produção artesanal – algo que eles chamaram de especialização flexível – que substituiria a linha de montagem e criaria empregos mais significativos.
Piore e Sabel associaram a crise social aos choques e pressões externas trazidas à tona pelas instabilidades do mercado global de mercadorias. Outros, teóricos da regulação, identificaram a crise como relacionada às contradições e pressões presentes dentro do sistema de produção classificado como Fordismo. Para esses autores, o ajuste entre capital e trabalho que ocorreu no pós-guerra, alcançado pelo estado de bem-estar
social e as possibilidades produtivas da fabricação de linhas de montagem, atingiu seus limites na década de 1970. O que o pensamento desses teóricos da regulamentação compartilhava com Piore e Sabel, era a possibilidade de um novo tipo de formação capitalista emergindo das cinzas, com altas taxas de crescimento e processos de trabalho
menos traumáticos, um arranjo que eles denominaram de “pós-fordismo” 3 . Aqui então estaria a promessa: com a cooperação do trabalho, um novo tipo de ajuste poderia ser alcançado, que poderia não só estabilizar o emprego, mas produzir trabalhos criativos e satisfatórios. Essa foi uma promessa que não se cumpriu e a história sobre como esse futuro se perdeu é reveladora.

Biografía del autor/a

Huw Beynon, Instituto Gales de Pesquisa Econômica e Social, Dados e Métodos (WISERD), Universidade de Cardiff.

Huw Beynon é professor emérito pelo “Instituto Gales de Pesquisa Econômica e Social, Dados e Métodos” (WISERD), Universidade de Cardiff. O autor destaca-se por seus estudos e publicações relacionados à sociologia do trabalho. Ele é autor de diversos livros, dentre os quais destacam-se: “Trabalhando para Ford”, “Living with capitalism: class relations and the modern factory”. Foi editor das coletâneas (em parceria com Theo Nichols):  The Fordism of Ford and Modern Management (Edward Elgar, 2006, Vol. 1 e 2) e Patterns of Work in the Post-Fordist Era: Fordism and Post-Fordism (Edward Elgar, 2006, Vol. 1 e 2).

Publicado

2020-02-04